Bonnie tinha apenas 4 meses de idade quando foi enviada para o corredor da morte.
A pobre bezerra teve o azar de nascer num mundo onde seu destino já estava traçado. Havia apenas um lugar para onde ela poderia ser enviada: o matadouro.
Ela assistiu quando a família e os companheiros foram reunidos num grupo e tocados para fora de seu campo de visão. Depois, nunca mais voltaram. Pesquisas já mostraram que até mesmo as vacas – a despeito do que muita gente acredita – têm sentimentos e compreendem muitas das sitações que vivem. Nos seus primeiros meses de vida, Bonnie pôde ver a luz do dia, experimentar uma liberdade que ele não teria por muito tempo. De acordo com a People, o local onde ela nasceu dedica-se a criar vacas para o corte e fica ao lado de uma floresta.
Com apenas 4 meses, a bezerra fugiu do criadouro onde vivia, em Holland, no estado de Nova Iorque, depois de ouvir os gritos desesperados de outros animais de sua família sendo levados para o abate. Os donos estavam ocupados guiando as vacas para o caminhão quando Bonnie aproveitou a oportunidade e fugiu para a floresta.
Muito foi dito sobre a vaca que escapou do seu destino fatal — e muita gente especulou onde ela poderia estar.
O que a maior parte das pessoas se perguntava era se ela conseguiria sobreviver sozinha no frio.
Houve um grande debate entre os homens que se reuniram para procurar a vaca. A metade queria encontrar Bonnie e devolvê-la aos donos, enquanto os outros acreditavam que ela deveria ser levada para viver numa reserva.
Os dias se passaram e, de vez em quando, alguém via Bonnie no meio da mata. Não conseguiam nunca alcança-la, e por isso o mistério só aumentou, até que um caçador viu a gravação de uma câmera que tinha instalado na floresta. Ele não esqueceria jamais o que viu. Bonnie estava lá, e ela não estava sozinha.
Quando fugiu sozinha para a mata, ela acabou caindo no meio de um grupo de veados. Os animais silvestres acolheram Bonnie e, embora fossem de espécies completamente diferentes, aceitavam bem a companhia da vaca. Parecia que Bonnie tinha entrado para a família.
Ainda assim, embora Bonnie parecesse estar sobrevivendo bem na floresta, a ecologista Becky Bartels sabia que aquela situação não duraria para sempre. Afinal, Bonnie não era um animal silvestre, e o severo inverno do nordeste dos Estados Unidos poderia acabar levando a vaca para o mesmo destino que teria no matadouro.
Desta maneira, durante todo o inverno, todos os dias, Bartels enfrentou a neve para levar comida e agasalhos para a vaca. Pouco tempo depois, Bonnie, que era desconfiada dos humanos, começou a confiar em Bartels e aproximar-se para receber comida e carinhos.
Na mesma época, Bartels entrou em contato com o Farm Sanctuary e pediu ajuda. Trata-se de uma organização não-governamental que se ocupa de cuidar de animais de fazenda abandonados ou maltratados, oferecendo a eles um lar seguro onde possam viver sem o constante medo de serem abatidos na indústria da carne.
Bonnie desafiou a morte, graças ao senso de perigo, aos amigos que fez na floresta e à alma generosa que se desdobrou para garantir que ela tivesse a vida que merecia.